quinta-feira, 31 de julho de 2008

Auto-escolas de olho no machismo

Em pouco mais de um mês após a adoção da tolerância zero no trânsito, o número de acidentes diminuiu significativos 24% em todo o Brasil. Comemoram governo e cidadãos. Reclamam donos de bares e cidadãos. Mas comemora também o velho sentimento machista da sociedade brasileira.

Em pesquisa divulgada pela rádio Bandnews FM, o Sindicato das Auto-Escolas e Centros de Formação de Condutores do Rio de Janeiro, houve aumento considerável da presença das mulheres nas salas de aula na busca da carteira de motorista. Antes da proibição, de cada dez pretendentes a tirar a “carta”, metade era mulher. Hoje a proporção pode chegar até a nove.

O sindicato carioca apresentou o motivo do aumento: as mulheres estão tirando carteira para que os acompanhantes possam beber. É. Já que não bebe, tira carteira pra levar o marido ou namorada pra casa. A carioca Rosi Oliveira, mais nova motorista na praça, comemora. “Agora ele pode beber um chopinho quando a gente sai pra jantar”.

Para uma estudante que não quis se identificar, a carteira recém obtida agrada o namorado. “Ele gosta de beber na balada, mas como agora não dá mais pra dirigir sobrou pra mim né”.

Ah, e ainda tem tempo pra pegar uma lata bem gelada na geladeira durante o futebol.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Clássico de um jogo só

O jogo desta noite entre Coritiba e Ipatinga, válido pela 14º rodada do campeonato brasileiro, coloca frente a frente as duas equipes que fizeram a final da Série B no ano passado. Mesmo não tendo sido uma decisão de confronto direto, os times disputaram até o último minuto o título da competição. Só por este motivo o jogo já teria um gosto diferente.

Mas apesar de terem se enfrentado apenas duas na história (Ipatinga 1 x Coritiba e Coritiba 1 x 0 Ipatinga), o confronto ficou marcado pelos quatro pênaltis batidos na última partida, uma das situações mais memoráveis da quase centenária história do Coritiba.

Sexta-feira, dia 28 de agosto de 2007, Coritiba e Ipatinga disputam a liderança da segundona. Apesar de ser superior durante toda a partida, o Coxa não consegue furar a boa retranca do time visitante, que vinha de seis vitórias consecutivas. O jogo caminhava para o 0 a 0, quando a sorte veio nos acréscimos. Aos 47 minutos Ricardinho entra na área e força uma penalidade inexistente, o árbitro Cléber Wellington Abade acredita e marca. Responsabilidade do capitão Anderson Lima que inicia uma seqüência de pênaltis inédita. Na primeira tentativa bate no lado esquerdo, o goleiro Fred defende. O juiz manda voltar alegando que Fred se adiantou. Segunda tentativa, nova defesa, mesma alegação do juiz. Anderson corre agora para terceira chance de marcar, desta vez o goleiro dá rebote e o lateral direito faz. O juiz agora alega que os jogadores do Coritiba invadiram a área antes da cobrança. 56 minutos, Anderson faz a quarta cobrança e finalmente marca.

Anderson Lima, que para boa parte da torcida deveria ter desistido após a segunda tentativa perdida desabafa. "Queria que fosse no primeiro, mas Deus quis assim. O importante é que eu tenho a confiança de todos os meus companheiros e mantive a tranqüilidade para fazer o gol. A gente tem que marcar história aqui."

Fato memorável e inesquecível para quem esteve no Couto Pereira. E lembrar que eu estava no estádio e sai cinco minutos antes da marcação do pênalti para não sofrer com o congestionamento.