quinta-feira, 23 de abril de 2009

Propagandas na televisão brasileira com conteúdo focado no ridículo, de gosto duvidoso e apelativos são comuns. Mas é incrível como algumas conseguem atingir níveis perturbadores.

O comercial do novo Fiat Stilo Blackmotion utiliza como roteiro o machismo mais baixo. Em resumo: o homem acompanhando de sua bela mulher é trocado por outro que possui um carro melhor e mais caro. A premissa é simples e direta. Com o carro da moda voce comerá uma gostosa. Se voce não tem (o carro), danou-se. Ficará sozinho.
Mandei por e-mail os dois parágrafos acima para a agência de publicidade que realizou o comercial. Quero saber se a intenção do comercial é essa mesmo. Ainda não obtive resposta. Provavelmente, se ela virá, dirá que a FIAT respeita o público feminino e que minha percepção foi equivocada.
Segue o vídeo abaixo para aqueles que eventualemnte não tenham assistido.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

This is my guy

O elogio do chapa Obama colocou Lula novamente na boca dos americanos. Após a rasgação no reunião do G20, o presidente americano voltou a mencionar o brasileiro em entrevista a rede CNN. Falando em espanhol, Obama afirmou que os tempos mudaram e que um país como o Brasil é uma potencia mundial e peça-chave no cenário mundial.
E falou o que mais: “A minha relação com o presidente Lula é a de dois líderes que têm grandes países, que estão tentando resolver problemas e criar oportunidades para nossos povos. Nós devemos ser parceiros”. Chapa mesmo, em pé de igualdade. E teve gente que achou que a aproximação de Bush, mirando na cana nacional, era sinal de novos tempos.
O apreço das últimas semanas resultou até em uma participação do “cara” no desenho South Park, exibido no último dia 15, nos Estado Unidos. No episódio, intitulado "Pinewood Derby", um crime intergalático ocorre e, na procura do criminoso, a polícia interplanetária vem a Terra. Com a tela dividida em quatro e na presença de outros líderes mundiais, Lula tenta passar a perna na polícia, com a convalescia dos não tão chapas assim, Sarkozy, Angela Merkel, Gordon Brown.
O episódio pode ser visto na íntegra aqui e a entrevista de Obama aqui.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Apesar de estar ausente por algum tempo, não vou escrever linha alguma. Ache interessante publicar a Nota Oficial da FENAJ, referente ao Dia do Jornalista, comemorado no último dia 7 de abril. Segue...
Murillo Nascimento é estudante de Jornalismo da PUC-Campinas. No último dia 1º, depois de encarar de ônibus, junto com outros colegas, os 921 km entre a sua cidade e Brasília, passou toda a tarde em manifestação ao lado do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), reivindicando a manutenção da exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Julgamento adiado, Murillo imediatamente retornou. No total, entre ida e volta, mais de 30 horas de viagem e quase dois mil quilômetros. Ele foi um dos mobilizadores do ato. "Foi bonito ver aquelas pessoas gritando por um ideal. Brigando por uma causa. Falo por mim e por todos os estudantes daquele ônibus. Acho que fizemos história", escreve ele em e-mail para a FENAJ e diz que está à disposição para outras manifestações. "Se precisar, voltaremos a Brasília", promete.
Neste 7 de abril, Dia do Jornalista brasileiro, nossa categoria depara-se com um cenário de desalento e paradoxalmente de esperança. Há uma campanha sórdida, urdida pelo baronato da mídia, contra nossa regulamentação. Dizem que nosso diploma ameaça a liberdade de expressão. De todas as infâmias, essa é a mais injusta. Como confundir o cerceamento à liberdade de expressão e a censura, com o direito de os jornalistas terem uma regulamentação profissional que exija o mínimo de qualificação? A regulamentação, em seu formato atual, é fundamental para garantir o direito à informação qualificada, ética, democrática e cidadã para toda a população. A falácia e a confusão deliberada, na verdade, escondem o objetivo de desorganizar uma categoria, ampliando ainda mais as condições de exploração e o propósito do controle absoluto sobre o acesso à profissão e, por extensão, das consciências dos jornalistas e de todos os cidadãos.
Nas últimas décadas, o Jornalismo foi reconhecido e se firmo u, no Brasil, como um modo de ser profissional. A atividade passou a ser fortemente vinculada ao interesse público, com crescente reflexão sobre a ética e as habilidades próprias das funções exercidas no jornalismo, nos seus mais variados formatos. É por isso que entendemos o caráter indispensável da formação profissional, base para o exercício regular da nossa atividade. Esta conquista, na atualidade, depende da posição dos 11 ministros que integram o STF e devem julgar, em breve, o recurso das empresas contra a regulamentação profissional e a obrigatoriedade do diploma.
As mesmas empresas que se mobilizam contra o diploma, aproveitam-se de uma crise econômica, que evidentemente ainda não alcançou o setor no Brasil, para demitir em massa. Desde o final do ano passado, a FENAJ já contabilizou 153 demissões em todo país. O discurso da crise econômica mundial é utilizado como biombo para encobrir gestões incompetentes nos veículos de comunicação, perspectivas que colocam a informação como produto meramente mercantil e opções empresariais calcadas em concepções neoliberais de ajustamento às crises. Essas opções ignoram os problemas sociais decorrentes da demissão e arrocho salarial dos trabalhadores, bem como o direito da sociedade à informação com qualidade. Esta crise é sistêmica e estrutural do capitalismo.
Não compete aos trabalhadores gerir a crise econômica internacional, mas sim refletir e lutar por sua superação. Para tanto, é preciso que nós, jornalistas, tenhamos uma postura ativa de denúncia da alternativa patronal de repassar o ônus da crise para a classe trabalhadora e de resistirmos aos processos de demissão e precarização. Fundamentalmente, é preciso que reforcemos os nossos laços coletivos e nossas organizações sindicais. Só assim vislumbraremos perspectivas de vitória nos espaços de disputa, tanto na relação direta com o patrão, quanto nas esferas do judiciário, legislativo e executivo.
Anima nossa categor ia, neste momento, saber que contamos com o apoio da sociedade na luta em defesa da informação de qualidade. Em recente pesquisa nacional, 75% dos entrevistados posicionaram-se a favor da exigência do diploma para o exercício do Jornalismo e da constituição de um Conselho Federal dos Jornalistas. Outro elemento estimulante é a possibilidade da realização das Conferências Regionais e Nacional de Comunicação, como espaço de mobilização social e construção de políticas públicas para um setor onde impera a concentração da propriedade e a ausência de pluralidade e democracia. Nessa área, também são boas as perspectivas de uma solução para a histórica polêmica em torno da Lei de Imprensa que, no nosso entendimento, passa necessariamente pela aprovação de um novo e democrático texto no Congresso Nacional. Também acompanhamos, com igual interesse, o debate em torno da definição das novas diretrizes curriculares dos Cursos de Jornalismo. A FENAJ acredita em uma formação de nível superior de qualidade como elemento estruturante da profissão no Brasil.
No Dia do Jornalista, a FENAJ e seus 31 Sindicatos filiados reafirmam publicamente a firme disposição de seguir na luta em defesa dos legítimos interesses da nossa categoria e de todo povo brasileiro. Neste 7 de abril, nossa homenagem a todos e todas jornalistas do país. Nossa homenagem especial a todos e todas estudantes de Jornalismo do Brasil que se preparam para exercer essa profissão com competência técnica, responsabilidade social e compromisso ético.
Brasília, 7 de abril de 2009.
Diretoria da Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ