quarta-feira, 9 de abril de 2008

He still can fucking hear you

Após 13 anos da última apresentação no Monster of Rock, Ozzy Osbourne, 59 anos, desembarcou no Rio e São Paulo para a turnê de último disco, Black Rain.


São Paulo, 5 de abril, Estádio Palestra Itália. Vinte e três minutos antes da hora marcada para o início do show (23h), eu estava aproveitando para descansar e, sentado, tentava esquecer os shows de abertura, em especial do Black Label Saciety. Liderada pelo guitarrista da banda de Ozzy, Zakk Wylde, as seis faixas executadas conseguiram incomodar. Muito mais pela performance no palco do que da própria música, que parecia pretexto para os intermináveis solos de Wylde antes, durante e depois de cada canção. O restante da banda preocupava-se mais em endeusar o frontman, com uma submissão que doia.


Chatice superada foi a vez dos californianos do Korn. A música, mistura de heavy metal e batidas eletrônicas, podia não ser a mais agradável, mas serviu para aquecer o público e as 16 músicas passaram rápido.

22h37, o sistema de som ainda entretia o público com "Hell's Bells", do AC/DC, surge uma voz, em um tom que parecia de brincadeira: "I wanna hear you" Olhei para o palco pensando em ser apenas uma gravação usual para animar o público, mas não. “I still can’t fuck hear you”, insistia. Corro pra pegar um lugar central e, nos três telões do estádio, inicia um vídeo ao estilo do Madman. Uma série de sátiras de filmes, seriados e programas de TV onde Ozzy atua, via montagem, em situações de pura comédia.

Demorou ainda um certo tempo para pisar no palco, mas assim que iniciou o show, todas as teorias que havia escutado sobre sua performance ao vivo foram confirmadas. No decorrer de 1h40 minutos de apresentação Ozzy gritou, de joelhos reverenciou o público, tomou chá em uma xícara absurdamente grande, jogou baldes de água, bateu palmas insistentemente, deu seus pulos característicos, com a bandeira do Brasil nas costas prometeu voltar em breve, mas, acima de tudo, cantou muito bem.

Beirando os 60 anos, sua performance não decepcionou, principalmente para alguém que nunca havia o visto ao vivo e provavelmente não verá novamente. Claro que não há mais a mesma energia e capacidade de 30 anos atrás, mas ainda consegue com naturalidade entreter 39 mil pessoas e deixá-las em suas mãos, mostrando que o final da carreira está próxima, mas seu mito se consolidada a cada show.

I Don’t Want To Stop (2007)
Bark At The Moon (1983)
Suicide Solution (1980)
Mr. Crowley (1980)
Not Going Away (2007)
War Pigs (1970)
Road To Nowhere (1992)
Crazy Train (1980)
Solo Zakk Wylde
Iron Man (1970)
I Don’t Know (1980)
No More Tears (1992)
Here For You (2007)
I Don’t Want To Change The World (1992)
Mama I’m Coming Home (1992)
Paranoid (1970)

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